A Mulher Maravilha é o super-herói da vez, com grande sucesso nas bilheterias do cinema. Um renascimento da heroína que ficou famosa não só pelas histórias em quadrinhos lançadas em 1941, mas também pelo seriado de TV da década de 1970.
O criador da Mulher Maravilha, uma guerreira amazona inicialmente chamada Suprema, foi Charles Moulton, pseudônimo de William Moulton Marston, o mesmo que desenvolveu o medidor de pressão sistólica para o detector de mentiras (polígrafo) nos anos 1920 e escreveu o livro As Emoções das Pessoas Normais em 1928 (2014 no Brasil).
Marston era uma pessoa eclética, com formação em psicologia (bacharel e PhD) e direito, além de ser um inventor, escritor, sufragista e feminista, vivendo com duas mulheres, com as quais teve cinco filhos. Ambas as esposas eram modernas, estudadas e independentes; teve três filhos com Elizabeth Holloway Marston, sua primeira esposa, e dois com Olive Byrne, a quem conheceu quando ela era sua aluna de psicologia na Tufts University. Uma das filhas de Elizabeth recebeu o nome da outra esposa, Olive. Enquanto Elizabeth saía para trabalhar, Olive Byrne cuidava de todos os filhos de Marston, prova de que todos viviam bem, além de juntos.
No início dos anos 1940, no meio da segunda guerra mundial, os quadrinhos eram dominados pela força, músculos e superpoderes de personagens masculinos, como o Batman (1938), o Super-Homem (1938) e o Lanterna Verde (1940). Havia muitas críticas com relação à violência presente nestas histórias. Neste contexto, Marston deu uma entrevista em 25 de outubro de 1940 para Richard Olive, pseudônimo de Olive Byrne, uma de suas esposas, para a revista Family Circle, defendendo o potencial educacional não aproveitado das histórias em quadrinhos. Esta reportagem chamou a atenção de Max Charles Gaines, fundador da All-American Publications. Marston foi contratado por Max e convidado a criar um novo super-herói. Ao conversar com sua esposa Elizabeth, foi convencido por ela de que deveria ser uma heroína. Marston criou seu pseudônimo com o uso do nome Charles, em homenagem a Max.
Com a união das qualidades das esposas de Marston, nasceu a Mulher Maravilha, combinando a personalidade de Elizabeth com a aparência de Olive, ambas feministas, criando assim um modelo para os jovens da época: uma heroína forte e confiante, tornando-se um ícone feminista desde o seu lançamento.
A existência do laço da verdade possui estreita relação com as pesquisas e conclusões de Marston com o detector de mentiras, o qual acabou sendo uma fonte de frustação para si, uma vez que acabou sendo utilizado para aprisionar pessoas, ao invés de ajudá-las a se conhecer melhor. Curiosamente, o livro As Emoções das Pessoas Normais, o qual não foi aceito em sua época, por falar de pessoas normais e não doentes, acabou preenchendo este desejo de Marston, ao se tornar provavelmente a metodologia de análise comportamental mais utilizada no mundo, para que as pessoas se conheçam melhor.
A metodologia DISC também está alinhada com a ideia de igualdade entre homens e mulheres defendida por Marston, pois os instrumentos DISC da TTI Success Insights estão em conformidade com o órgão federal norte-americano EEOC (Equal Employment Opportunity Comission), ou seja, o DISC da TTISI mensura o potencial e os talentos de uma pessoa, sem fazer distinção de gênero.
A genialidade de Marston é percebida na inter-relação de seus estudos com o detector de mentiras, o desenvolvimento da personagem da Mulher Maravilha e a teoria DISC presente no seu livro As Emoções das Pessoas Normais. O DISC, já validado por um avançado detector de mentiras (EEG), garante condições de igualdade para que as mulheres conquistem seu espaço na sociedade sendo quem são, assim como propicia autoconhecimento para todos os que respondem ao seu questionário, objetivo principal que Marston tinha com o detector de mentiras.