O DISC e a sua sobrevivência

Estamos vivendo uma crise política e econômica como talvez jamais antes tenha ocorrido em nosso país. Com certeza muitos de nós estão passando por desafios como nunca antes imaginaram enfrentar, encarando períodos de mudança como em nenhum outro momento da vida já passaram. Tudo isso acompanhado de diferentes intensidades de estresse.

O momento atual é ímpar para testar a resiliência e a capacidade de sobrevivência de cada um de nós. O autor Al Siebert, em seu excelente livro The Survivor Personality (A Personalidade do Sobrevivente), traz as conclusões de uma pesquisa feita com pessoas que passaram por momentos de grande estresse, significativos conflitos e situações de enorme dificuldade.

Foram encontrados alguns padrões entre as pessoas que sobreviveram a estes momentos. Um destes padrões foi a capacidade de ser flexível, exibir padrões comportamentais opostos aos quais possuem, conforme a necessidade do momento no qual estavam.

Podemos utilizar a metodologia DISC para exemplificar esta capacidade associada à sobrevivência, uma vez que este instrumento mensura o padrão comportamental natural, aquele que dificilmente muda, e o padrão comportamental adaptado, o qual é situacional e pode variar com frequência, desde que a pessoa queira se adaptar.

O padrão comportamental adaptado é nossa grande carta na manga neste desafio de sobreviver a difíceis momentos, uma vez que, mesmo uma pessoa sendo naturalmente falante, ela pode se adaptar a ser uma pessoa quieta, caso o momento assim demande, ou uma pessoa naturalmente mais impaciente pode perceber a necessidade de ser mais calma, para superar algum desafio ou período de mudança.

Abaixo algumas reflexões para você fazer a respeito de sua capacidade de sobrevivência.

Procure identificar quais das características do lado esquerdo você acredita fazer parte da sua natureza, e reflita a respeito de sua capacidade de exibir a característica que está do lado direito.

Obviamente que nossa personalidade é composta de muitos outros comportamentos e dimensões, além dos que acabamos de mencionar, porém a tabela acima já pode ser um convite à reflexão a respeito de nossa flexibilidade para sermos quem não somos, para sermos, assim, mais completos, pela união dos opostos, e por consequência aumentarmos nossa flexibilidade e termos maior sucesso em tempos de significativas mudanças e grandes desafios.

Pensar nas crises, mesmo com toda a dor que podem trazer, como uma oportunidade de crescimento pode ser um divisor de águas na vida de uma pessoa. Convido cada um a perguntar-se o quanto realmente se conhece, qual a capacidade de gerenciar o que conhece e, principalmente, o grau de flexibilidade para ser diferente de quem é. O estresse como consequência de sermos o oposto de quem somos, na dose certa e administrado de forma adequada, fortalece, contribui para o crescimento, nos torna mais flexíveis e pode até garantir a sobrevivência.