Ao conduzir um processo de coaching, orientação ou desenvolvimento de uma pessoa, quando utilizamos um gráfico DISC, o objetivo não deveria ser elaborar um plano de ação para que o gráfico natural do cliente mude, mas sim contribuir para que a pessoa se torne mestre na gestão de seu gráfico adaptado, ou seja, campeã no autogerenciamento.
Uma pessoa alfabetizada em português não está condenada a nunca mais falar outro idioma, com certeza poderá aprender, uma vez que se leve em consideração que algumas pessoas possuem maior facilidade do que outras, para dominar um outro idioma, assim como algumas línguas podem ser mais fáceis e outras mais difíceis, para quem se alfabetizou em português.
Querer mudar, no gráfico natural, a intensidade de um fator DISC pode dar a impressão ou até mesmo passar a mensagem de que a pessoa analisada possui um defeito e que uma determinada “peça” precisa ser trocada, quando um dos fundamentos mais importantes da teoria DISC é de que não há padrões comportamentais ruins, não há um fator ou gráfico melhor que o outro.
Uma pessoa que se torna proficiente em uma nova linguagem não apaga o fato de ter sido alfabetizada em outra, não muda a pessoa, apenas a torna mais completa, versátil e apta a aproveitar mais oportunidades, além de se tornar uma pessoa mais valorizada.
Da mesma forma se dá com padrões comportamentais, quando pensamos em uma ferramenta DISC. Uma pessoa com baixa dominância possui maior facilidade de trabalho em ambientes cooperativos, porém, ao se esforçar e desenvolver a habilidade de se tornar mais competitiva, caso o ambiente passe a demandar isso, não significa que deixou de ser cooperativa, agora a pessoa somou a habilidade de ser mais competitiva à sua natureza cooperativa, tornando-se assim uma pessoa mais completa, e melhor preparada para mais desafios e diferentes situações pessoais e profissionais.
Quanto mais idiomas uma pessoa aprende e domina, maior sua versatilidade e capacidade de adaptação a diferentes situações – o mesmo se dá com comportamentos. Para aprender inglês, não é necessário negar ou esquecer o português, uma língua se soma à outra. Com relação a padrões comportamentais, é semelhante, além de que é muito mais fácil sermos quem não somos quando aceitamos, gostamos e amamos quem somos.